Do rio ao mar, a Palestina será livre

A solidariedade à Palestina deve ser irrestrita

No último sábado (07), o mundo acompanhou surpreso o revide palestino organizado pelo Hamas e outras organizações na Operação Tempestade Al-Aqsa, que visava o sionismo representado pelo Estado de Israel. A reação palestina à opressão israelense foi vista como “terrorista”, enquanto o genocídio encampado por Israel há 75 anos em um regime de apartheid, em que se realiza uma profunda limpeza étnica na região, é solenemente ignorado pela comunidade internacional.

A política imperialista estadunidense, que elencou desde 2001 a população do Oriente Médio como sua inimiga externa central, há tempos financia Israel e a promove como a “democracia” em meio à “barbárie” representada pelos países árabes. Para isso, a aliança sionista EUA-Israel atua em diversos campos: desde o investimento massivo na indústria bélica — sabendo-se que Israel produz armas e as comercializa com todo o Ocidente, inclusive com as forças militares e auxiliares no Brasil —, passando por representações mentirosas na mídia e no cinema ocidentais, além de parcerias científicas e culturais como forma de angariar um polo em torno de si.

Algumas dessas atividades culturais envolvem a comunidade LGBT. Há anos Tel Aviv se apresenta como um “paraíso” para a população LGBT, tendo uma Parada LGBT internacionalmente reconhecida. Pior: comenta-se sobre a representatividade LGBT nas Forças Armadas israelenses. De um lado, é produzida, de maneira enganosa, uma política de acolhida à população LGBT, cujo objetivo central é narrar como esse Estado se difere de seus vizinhos, que “reprimiriam” a população LGBT. De outro, a inclusão de LGBTs em forças repressivas israelenses não significa, de fato, nenhum ato heroico da comunidade LGBT, mas da participação ativa de parte deste segmento no genocídio de um povo. 

Nos últimos vinte anos, milhares de pessoas palestinas foram assassinadas pelas forças armadas oficiais e paramilitares israelenses. Se ampliar a base de cálculo para o Acordo da ONU de 1948, os números serão desumana e infinitamente maiores. A política sionista não faz distinção entre seus alvos palestinos: não são poupadas crianças, mulheres, LGBTs e pessoas idosas.

Os ataques de Israel ao povo palestino acontecem desde a fundação do Estado, há 75 anos. Atualmente, o sionista e ultradireitista Benjamin Netanyahu voltou a ser primeiro-ministro de Israel – após um breve afastamento de cerca de um ano e meio – ao formar uma coalização com partidos ultranacionalistas de extrema-direita que defenderam avanços nas políticas segregacionistas em relacao a cidadãos árabes que vivem na região. Hoje, como há décadas, as forças militares e imperialistas de Israel seguem destruindo mesquistas, derrubando oliveiras, enfim, promovendo de fato uma política de limpeza étnica em todos os âmbitos. Desta maneira, não reconhecemos qualquer proporcionalidade, inclusive bélica, entre as décadas que precederam este sábado e o revide promovido pelo Hamas.

Ignorando todos esses elementos, ainda no dia 7 de outubro, o Presidente da República do Brasil e Presidente do Conselho de Segurança da ONU, Lula, endossou a postura da comunidade internacional ocidental ao associar a Palestina ao terrorismo, mas silenciar sobre a política de Estado perpetrada por Israel, e anunciou que convocaria reunião do Conselho de Segurança da ONU para tomar medidas com relação à situação. Não é possível que, novamente em nome de uma “governabilidade” sem lastro na realidade e evitando gerar possíveis “desgastes” com sua base de direita, o governo decida fazer coro às políticas que sacrificam vidas inocentes. Não se trata de mero erro de retórica ou oratória, mas da forma como a política internacional constituída pelo governo Lula continua e continuará subserviente aos interesses das potências imperialistas, sendo este governo um dos locutores dessas potências nos países do Sul Global.

Por isso, o Coletivo LGBT Comunista se soma aos milhões que pedem paz para os povos trabalhadores do mundo, contra todo e qualquer Estado burguês, e contra toda medida que oprima as classes populares. A defesa intransigente da Palestina, representada pela solidariedade internacional, seguirá firme até o dia em que nossos povos irmãos de todo o mundo estiverem livres das amarras do capital e de seus lacaios. A Palestina será livre do rio ao mar!

As armas de Israel matam na Palestina e no Brasil!
Do rio ao mar a Palestina será livre!
Viva a luta do povo palestino! Abaixo o genocídio do Estado de Israel!

Coordenação Nacional do Coletivo LGBT Comunista

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